Crédito: BETO SOARES/ESTÚDIO BOOM

Pesquisa junto ao serviço traz um panorama do índice de faltas e as soluções para enfrentar o problema

O cotidiano das organizações, sejam públicas ou privadas, apresenta diversas formas de absenteísmo e neste artigo focaremos mais os serviços públicos já que iremos analisar os dados de uma instituição pública: o SAMU-192 do município de Porto Velho/RO.

Constatamos os efeitos do absenteísmo na qualidade das operações no SAMU de Porto Velho, quando os servidores, por um motivo ou outro, ausentam-se de suas funções, deixando de prestar o melhor serviço, e nos prejuízos financeiros, causando problemas no pagamento de seus substitutos eventuais. No município de Porto Velho, observamos um controle intenso na distribuição de plantões extras para suprir as equipes desfalcadas pela falta de recursos humanos, principalmente por causa dos abusos que ocorrem na utilização dessa prática pela administração dos vários serviços na área de saúde. No SAMU/Porto Velho, procuramos remanejar servidores para possibilitar economia sem prejuízo do serviço. Contudo, nem sempre conseguimos evitar, pois existe também, além do absenteísmo, falta de servidores para compor as escalas. Mas isso seria outra questão a ser abordada. No entanto, durante os últimos três anos, constatamos uma queda na quantidade de plantões extras. Tanto por diminuição de faltas quanto por maior controle no apontamento desses plantões extraordinários.

ABSENTEÍSMO
Nas várias pesquisas feitas na literatura, podemos citar Stockmeier que aborda várias causas que podem afetar os índices de absenteísmo em uma organização. Uma delas é os facilitadores internos, compostos por chefes e encarregados relapsos que não cuidam de observar os servidores, por exemplo, onde devem estar, bem como, o horário a ser cumprido para que suas produtividades não sejam afetadas. Outra causa envolve os facilitadores externos que compreende o público em geral que atesta uma visita ou atendimento de funcionário público por tempo maior do que realmente ocorreu.Os facilitadores ambientais internos que também fazem parte das causas: sala de cafezinho, cantina, fumódromo, refeitório, onde estas práticas tomam tempo demasiado. Questões socioeconômicas (salários incompatíveis com a atividade a ser realizada, falta de reconhecimento dos esforços despendidos, ausência de plano de carreira, atuação na iniciativa privada, falta de participação nos lucros) e questões pessoais (relacionamento interpessoal ruim com superiores ou mesmo colegas de trabalho – ambiente psicopatológico de trabalho) figuram ainda entre as causas. Na lista de causas de Stockmeier constam também as questões de adaptação, como o incômodo em realizar as tarefas nos horários estabelecidos, tais como plantões noturnos, e as tarefas consideradas insalubres ou penosas, ou seja, há um desestímulo em executar a tarefa a ser feita. Por fim, as causas envolvem também o uso de drogas: usar e abusar de álcool ou outras substâncias psicoativas, proibidas ou não, que afetam o rendimento do servidor.


Dados da autora:

Mara Correia – Graduada em Enfermagem, Pós-Graduada em Gestão de Emergência no SUS, Especializada em Suporte Avançado de Vida (APH), mestre em Terapia Intensiva e Doutora em Urgência e Emergência.

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Confira o artigo completo na edição de agosto/outubro da Revista Emergência.

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