Por Aline de Melo/Jornalista da Revista Emergência
O Conselho Federal de Enfermagem acaba de criar o Comitê Nacional de Enfermagem em Desastres, Catástrofes e Emergências de Saúde Pública, instituído pela Resolução 761/2024. O foco de atuação deste comitê é a assistência aos mais de 3,5 milhões de profissionais de enfermagem entre técnicos, auxiliares de enfermagem e parteiras, como explica o coordenador Silvio Queiroz. O objetivo principal é capacitar e preparar os enfermeiros para atuarem de forma proativa em situações de crise, não apenas realizando a primeira resposta, mas também coordenando ações de gerenciamento assistencial e humanitário. Através de estudos, treinamentos e desenvolvimento de protocolos específicos, os profissionais estarão aptos a avaliar, planejar e executar estratégias eficazes para atender às necessidades da população em momentos de grande vulnerabilidade.
É interessante entender um pouco a origem deste comitê que, segundo Queiroz, nasceu em 2020 em consequência da pandemia de Covid-19. Em seguida, transformou-se em Equipe de Resposta Rápida em função da enchente de 2021 no extremo sul da Bahia. A ideia era identificar os profissionais e seus familiares em dificuldade. “Se a gente assiste o profissional de enfermagem em situação de vulnerabilidade, ele volta a trabalhar mais rápido”, considera o coordenador.
Segundo ele, há muitos profissionais que moram em locais de risco, embora casos como o do Rio Grande do Sul, em maio deste ano, mostrem que ninguém está imune a desastres climáticos, quando 97% dos municípios gaúchos foram atingidos. Assim, de acordo com o coordenador, profissionais serão treinados e o comitê vai atuar na elaboração de protocolos a fim de fortalecer a capacidade de coordenação dos Conselhos Regionais nessas ações.
A princípio, o comitê tem a proposta que visa diretamente o auxílio ao profissional da enfermagem. Mas, diz Queiroz, nada impede que as forças atuem também em prol da sociedade diante de alguma demanda. “Não é este o objetivo, mas não quer dizer que o comitê não possa atuar ou prestar assessoria em alguma situação de emergência e saúde púbica de importância nacional”, diz o coordenador.
O comitê também dará continuidade à parceria com o Escritório de Assistência Humanitária (BHA) da USAID, que já oferece capacitações em gestão de crise através do Sistema de Comando de Incidentes (SCI). Essa iniciativa visa preparar todos os profissionais para atuarem de forma coordenada e eficiente em situações complexas.
Integram o comitê:
Silvio José de Queiroz, Coren-GO 93.937-ENF
Eduardo Fernando de Souza, Coren-SP 180.775-ENF
Mara da Silva Pereira Bastos, Coren-RO 293.102-ENF
Rosane Mortari Ciconet, Coren-RS 28.465-ENF
Sérgio Dias Martuchi, Coren-SP 67.401-ENF
Walber Alves Frazão Júnior, Coren-PB 110.238-ENF
Wanderson Kleber de Oliveira, Coren-DF 77.241-ENF
