Apaixonado pela área, o grande objetivo de Hupsel é propagar a prevenção, minimizando os efeitos de um desastre. “O meu dever é divulgar informações e ensinamentos voltados para a preservação da vida em todos os seus momentos. Ao longo dos anos, o que fiz foi atender ao imperativo da consciência, procurando, de alguma forma, ser útil à sociedade da qual faço parte”.
Durante a entrevista concedida à Emergência, Hupsel fala sobre o lançamento de seu livro e sobre a sua experiência profissional. Além disto, exalta a importância de abordar a prevenção por meio da educação de crianças e jovens brasileiros. “Os incêndios e outros grandes desastres podem ser evitados por meio de medidas adequadas. Temos que promover a conscientização das pessoas, em todos os níveis sociais. Com certeza, a educação é o caminho para a preservação de vidas e bens”, conclui. O professor também destaca a morosidade das autoridades brasileiras para a criação e implementação de uma lei nacional de proteção contra incêndio.
PERFIL
Carlos Hupsel de Oliveira
Com uma carreira dedicada ao setor de segurança, Carlos Hupsel de Oliveira realizou, há mais de 40 anos, o curso de Inspetores de Segurança do Trabalho, oferecido pelo Sesi em convênio com a Fundacentro. Logo após, Hupsel se especializou na área de proteção contra incêndio, se tornando professor e instrutor da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Bahia. Durante toda a sua trajetória profissional ministrou inúmeros cursos, simpósios, encontros e seminários. Além disto, exerceu importantes funções relacionadas à área como Diretor do Subcomitê de Prontidão para Emergência, da organização internacional dos Companheiros das Américas (Comitê Bahia Pennsilvania) e presidente da Associação Brasileira de Bombeiros Voluntários. Em 1979, participou da equipe que projetou e implantou o SPI (Serviço de Prevenção e Combate a Incêndio) no Centro Industrial de Aratu, na Bahia. Hoje, Carlos Hupsel faz parte do Grupamento de Policiais Militares Veteranos.
Como surgiu a ideia de lançar o livro “A Voz da Segurança”?
O livro é um grande projeto pessoal que tem como objetivo propagar a ideia da segurança em todos os níveis sociais. A obra representa uma boa soma de experiências e conhecimentos próprios, adquiridos ao longo de uma proveitosa vivência na área, além de conselhos e informações úteis, veiculados pelos órgãos de comunicação. Aliás, como já disse, eu defendo a causa de que a ideia da segurança contra incêndio deve ser semeada em todos os níveis, para que as pessoas possam escapar com vida de certos e inesperados acontecimentos a exemplo de incêndios, explosões ou desabamentos. O lançamento do livro é, por assim dizer, o coroamento de minha vida e eu cumpri os três desígnios da natureza: fazer um filho (eu fiz quatro), plantar uma árvore e escrever um livro.
Como começou a sua relação com a área de prevenção e combate a incêndio e com o Corpo de Bombeiros da Bahia?
A minha relação com o Corpo de Bombeiros do Estado da Bahia teve início há bastante tempo, quando a corporação ainda era de caráter municipal. Comecei levando à instituição instruções sobre a segurança no manuseio com botijão de gás liquefeito de petróleo – GLP. Na época, ocorreram vários acidentes, alguns com vítimas fatais, e o produto tornou-se um item ameaçador justamente devido ao desconhecimento de informações sobre a sua segurança. Estas instruções eram enviadas por uma distribuidora de gás de São Paulo/SP diretamente para mim, devido a minha relação com a área de segurança e principalmente com a prevenção de acidentes.
Na sua opinião, como educador, como se encontra hoje a capacitação e preparação dos Bombeiros de todo o Brasil?
Creio que em face de um crescente aumento de riscos, as corporações de bombeiros têm dispensado uma maior atenção quando o assunto é treinamento e capacitação de seus efetivos, a fim de que possam, justamente, enfrentar com êxito certas situações. Em minhas aulas sempre digo que este aumento de riscos não deve pegar os bombeiros despreparados. Ou seja, é de extrema importância que as instituições preparem seus profissionais para enfrentar qualquer ocorrência como incêndios, explosões, desabamentos, enchentes, entre outros desastres.
ENTREVISTA À JORNALISTA
Luana Cunha
FOTO
Arquivo Pessoal
Confira a entrevista completa na edição de março de Revista Emergência
