ilitares trabalhando na ocorrência da queda do avião da PF | Crédito: Corpo de Bombeiros

Por Jader Xavier, g1 Minas — Belo Horizonte

A ação rápida de dois bombeiros foi “primordial” para a sobrevivência do mecânico Walter Luiz Martins, vítima da queda do avião da Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (9). Essa afirmação é do porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMG), tenente Henrique Barcellos.

A aeronave da PF caiu pouco depois de decolar no Aeroporto da Pampulha. Na queda, dois agentes da corporação morreram, os comandantes José Moraes Neto e Guilherme de Almeida Irber, ambos de Brasília. Walter recebeu alta nesta sexta-feira (8).

Segundo Barcellos, quando o avião decolou, o tenente Ledson realizava uma atividade em um dos prédios da Academia de Bombeiros Militar, próximo ao aeroporto, e percebeu que havia algo de errado com a aeronave.

“Ele estava estava trabalhando bem ao lado do aeroporto numa parte mais alta e já conseguiu perceber que a aeronave estava num trajeto estranho. Quando ela caiu, o tenente chamou um colega e correu pra lá junto”, conta o porta-voz.

Os dois militares perceberam uma pessoa caída distante do avião acidentado. Era o mecânico Walter, de 51 anos, que estava consciente, apesar de ferido.

“Os dois perguntaram pra ele quantas pessoas estavam no avião. Ele respondeu ‘somos três’. Apesar da vítima estar consciente, poderia estar desorientada. Então não dava para ter certeza do número de pessoas na aeronave. Então um bombeiro ficou com ele, e o outro foi fazer uma varredura”, disse o bombeiro.

O tenente Barcellos conta que os militares encontraram Walter ferido nos membros inferiores e rapidamente iniciaram os primeiros procedimentos, chamados de “atendimento pré-hospitalar”.

Os bombeiros mantiveram a vítima consciente até a chegada do resgate, feito por uma ambulância do aeroporto. O mecânico foi levado até o hangar da PF e levado de helicóptero ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.

Para o porta-voz do CBMG, o atendimento extremamente rápido dos dois militares que estavam próximo ao local pode ter contribuído para salvar a vida do mecânico.

“A consciência da vítima pode trazer uma falsa sensação de que está tudo bem. Ela pode ter traumas internos, que geram uma série de problemas, como uma parada cardiorrespiratória. O atendimento rápido, principalmente desses dois colegas, com toda certeza foi primordial”, garantiu o tenente.

  • De acordo com os relatos dos bombeiros que viram o momento da queda, o bico foi a primeira parte do avião que sofreu o impacto e, consequentemente, atingido pelo incêndio.
  • Os dois agentes da PF estavam na parte dianteira da aeronave e acabaram carbonizados.
  • Já o mecânico, que estava na parte de trás, foi lançado para fora do avião com o impacto.
  • Barcellos ressaltou que a calda do veículo ficou mais intacta que a parte frontal.
  • O militar destacou também outros dois pontos que podem explicar Walter Martins como o único sobrevivente da queda do avião: a própria dinâmica do acidente e a posição que o passageiro estava na aeronave.

“Outra questão é que esse sobrevivente estava do lado de fora da aeronave. Os nossos colegas disseram que o avião deu pelo menos um giro quando atingiu o solo. Então o mecânico pode ser sido projetado pra fora, pois estava longe da aeronave quando os militares chegaram. Isso também pode ter ajudado”, contou.

O acidente

O monomotor caiu no Aeroporto da Pampulha, em BH, na tarde de quarta-feira. Segundo o Corpo de Bombeiros, o avião chegou a decolar e perdeu altitude instantes depois, caindo na lateral da pista, às 14h14. O veículo pegou fogo após a queda.

Os policiais federais José Moraes Neto e Guilherme de Almeida Irber morreram no local. Os corpos foram levados para ser periciados pela própria PF no Distrito Federal. Já o mecânico Walter Luiz Martins recebeu alta do Hospital João XXIII na última sexta-feira (8).

Após o acidente, a Polícia Federal se solidarizou com os familiares e amigos das vítimas e decretou luto oficial de três dias. A PF disse ainda que peritos auxiliariam nas apurações.

Na quinta (7), equipes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) estiveram no local onde aconteceu a queda da aeronave. O órgão, que parte do Comando da Aeronáutica, é responsável pelas investigações de acidentes aéreos em todo país.

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