Crédito: Jornal Nacional

Por Jornal Nacional

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul estima que mais de 2 milhões de pessoas tenham sido afetadas pelo ciclone de sexta-feira (16).

A dona de casa Roseli Rodrigues Pereira foi resgatada depois de ser arrastada pela força da água por 20 km. Ela se agarrou à copa de uma árvore, onde aguardou o socorro por 36 horas.

“Eu estava com o corpo na água, agarrada na árvore, para a correnteza não me levar. Eu pensava que eu queria ver meus filhos de novo, a oportunidade de ver de novo. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, como demorou, mas eu ia ser salva por Deus, por alguém que ia em salvar”, conta Roseli.

Roseli mora em Caraá, município mais afetado pelo ciclone. A enxurrada também arrastou carros para o cemitério da cidade. Quatro dias depois do fenômeno, os abrigos seguem cheios.

Em todas as cidades atingidas, a solidariedade tem feito a diferença. E não são apenas as doações de roupas, itens de higiene e materiais de construção. O número de pessoas dispostas a sair de suas casas e ir para os abrigos também só aumenta.

“O povo compartilhando o pouco que tem, sendo solidário um com os outros. É isso que emociona”, diz a voluntária Maria Leopoldina.

Centenas de moradores ainda estão ilhados. Voluntários usam motos para levar comida e remédio.

“Onde era estrada, virou rio, muita pedra. E a gente está fazendo o possível para chegar nas localidades, a gente já veio por cima do morro já, que a gente é de uma cidade vizinha. Muita gente pedindo remédios, velas… A gente veio buscar e vamos voltar lá”, diz o mecânico Vagner Vaza.

Em São Leopoldo, o rio segue subindo e os desabrigados ainda não conseguiram voltar para casa.

“Custa eu ficar aqui, ajudar esse povo, dar um pouco de carinho, um pouco de atenção para eles? Isso é importante”, diz a voluntária Rejane Fagundes.

Em Maquiné, as calçadas estão repletas de entulho. Comunidades rurais continuam isoladas, sem água e energia elétrica. Nos hospitais, muita gente segue em busca de ajuda.

“Fraturei os dois pulsos, tive que fazer cirurgia. Só Deus mesmo”, conta o taxista Silvano Ribeiro.
De acordo com o último balanço da Defesa Civil gaúcha, mais de 6 mil pessoas estão desabrigadas e desalojadas; 14 morreram em consequência da passagem do ciclone; uma está desaparecida.

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