Crédito: Jorge Alexandre Alves

Por Spinkler Brasil

As notícias de incêndios estruturais seguem em alta. É o que revela levantamento do Instituto Sprinkler Brasil, organização sem fins lucrativos que tem como missão difundir o uso de sprinklers nos sistemas de prevenção e combate a incêndios em instalações industriais e comerciais no País. Por meio do monitoramento diário de notícias de incêndios no Brasil, o Instituto conseguiu capturar 1113 ocorrências de incêndios estruturais nos seis primeiros meses deste ano, representando alta de 11,1% ante o mesmo período do ano anterior, quando foram registradas 1001 notícias.

Os números representam uma certa estabilidade em comparação com o primeiro semestre de 2021 (1099 ocorrências) e um grande aumento em relação aos seis primeiros de 2020, quando foram capturadas 545 reportagens. “O semestre já continua com elevada quantidade de ocorrências de incêndio pelo País. Os casos têm se intensificado ao longo deste ano, reportando o recorrente problema em edificações estruturais. São casos em shoppings, indústrias, teatros, hospitais e outros locais. Esses incêndios tradicionalmente acontecem por problemas de qualidade de equipamento, falta de manutenção, erros de projetos e de instalação, problemas de treinamento da mão de obra. O que acontece também é um desinteresse dos proprietários pela proteção contra incêndio, que fazem somente o mínimo necessário para ser aprovado pelos bombeiros”, diz Marcelo Lima, consultor do ISB.

Os sinistros contabilizados são os chamados “incêndios estruturais”, ou seja, aqueles que poderiam ter sido contornados com a instalação de sprinklers e ocorreram em depósitos, hospitais, hotéis, escolas, prédios públicos, museus, entre outros. O ISB não inclui nas estatísticas os incêndios residenciais, que apesar de também serem incêndios estruturais, não são objeto de acompanhamento porque a legislação de segurança contra incêndio não se aplica a residências unifamiliares, onde acontece o maior número de ocorrências.

A legislação de prevenção e combate a incêndios é estadual e está atualizada. A de São Paulo é uma das mais avançadas do País e serve de modelo para grande parte do Brasil. “A questão está em aplicá-la corretamente”, explica Marcelo Lima. “O estado exige a instalação de sistemas de incêndio, mas não faz qualquer exigência quanto ao nível de qualidade dos equipamentos. Não há certificação, exceto para extintores. Com isso, temos sistemas instalados por todo o Brasil que atendem plenamente à legislação, mas que provavelmente não funcionarão e isso só será descoberto no pior momento, durante uma ocorrência de incêndio”, conclui Lima.

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