Crédito: Beto Soares/Estúdio Boom

A importância da gestão de riscos para o atendimento adequado de cenários críticos

Na consolidada área de Emergência, profissionais de situações de riscos e periculosas são preparados durante a formação para realizar a atuação prática nos processos de emergência quando requisitados. Entretanto, muito fica a desejar quando começamos a entrar nos assuntos referentes à gestão prévia das situações de emergência, no planejamento e levantamento de informações, visando garantir a conformidade do processo em seu início.

Atualmente, o panorama industrial, tendo em vista que nestes lugares temos os principais focos de situações que podem ocasionar até mesmo catástrofes, tem como necessidade a demanda por profissionais gestores dos riscos, e a identificação dos possíveis cenários que podem sair do controle. A partir do estabelecimento de planos de ações e o planejamento de medidas, vemos ainda uma carência nestes quesitos por parte dos recursos humanos, bem como a dificuldade na busca de profissionais mais completos.

O ponto principal é que muitas catástrofes podem ser evitadas a partir da implementação de uma gestão concisa, assídua e decidida, com posicionamento estratégico, sabendo lidar com quesitos práticos na busca da coordenação de áreas relativas ao que diz respeito ao ambiente corporativo e à área onde são desenvolvidos os processos geradores de risco.

Recentemente, com a atualização das novas NBRS 14608:2021- Bombeiro civil e 16877 – Qualificação profissional de bombeiro civil – Requisitos e procedimentos, podemos notar uma diferença acrescentada na norma, na qual bombeiros civis de maior classificação só poderão ficar responsáveis por equipes e divisões mediante o processo de qualificação que contemple grades de gestão e análise de riscos. Isso porque não basta apenas a experiência vivenciada nos atendimentos práticos por parte do profissional, se este não possui o complemento no que diz respeito aos aspectos gerenciais.

Aspectos gerenciais acabam norteando situações antes mesmo da ocorrência a partir de levantamentos prévios e medições de riscos efetuadas a partir de metodologias já conhecidas como Análise do Risco Residual (R3) que pode ser realizada a partir da medição de parâmetros como frequência, probabilidade e a severidade, culminando em indicadores que, associados a metodologias secundárias como gráfico de Pareto, acabam dando ampla visão no que diz respeito ao direcionamento de esforços e investimentos técnicos, poupando tempo das instituições e agilizando processos de análises de riscos que culminem em situações de emergências.

Ainda as análises de riscos como comentadas acabam sendo preponderantes para que procedimentos possam ser escritos, direcionando os esforços práticos das equipes, e também os investimentos nos treinamentos destas, a fim de atender da melhor forma os planos de emergências integrados, os planos mútuos, dentre outros documentos, bem como a participação em inspeções, auditorias e sistemas de prevenção contra incidentes e acidentes.

DESAFIO
Ainda nos termos das análises de riscos os profissionais por não terem as experiências necessárias como já comentamos, muitas vezes, não sabem por onde começar. Muitos começam escrevendo os procedimentos de cara sem realmente saber o que realmente explanar nos documentos, culminando em um processo de ciclo vicioso de erros, colocando, algumas vezes, pessoas expostas a riscos, podendo ocasionar acidentes e também colocando em jogo a própria integridade moral.


Dados do autor:

Guilherme Otto – Técnico em Segurança, Tecnólogo em Gestão Profissional, Qualificação profissional de Bombeiro Civil com especialização em Resgate em Altura e Emergências Industriais, N1 de acesso por corda ANEAC e concluindo especialização em Engenharia de Combate a Incêndio e Pânico e Gestão de Resíduos Sólidos e Efluentes.
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Confira o artigo completo na edição de nov/22 / jan/23 da Revista Emergência.

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