Crédito: ARQUIVO STI FIRESTOP

Norma brasileira sobre selagens resistentes ao fogo em elementos de Compartimentação traz mudanças importantes como os procedimentos de ensaios

Faz pouco tempo que foi publicada a primeira norma de selagem do Brasil: a ABNT NBR 16944-2:2021 – Selagens resistentes ao fogo em elementos de compartimentação – Parte 2. Ela foi desenvolvida ao longo de três anos dentro do CB 24 (Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio), na CE (Comissão de Estudo) de Vedações Corta-fogo, com a participação de todos os setores do segmento: construtores, bombeiros, fabricantes, projetistas e laboratórios. Ela tem aplicação para diversas edificações: industriais, residenciais, comerciais, hospitalares e etc.

Hoje, os códigos e normas requerem com mais vigor e clareza a necessidade da compartimentação das edificações como medida de proteção contra incêndio. Esse confinamento de incêndio garante que o fogo, fumaça e gases quentes, em uma situação de incêndio, não se propaguem de modo que impossibilitem a evasão ou proteção dos ocupantes, assim como que o incêndio seja combatido e extinto com êxito. Os principais elementos de compartimentação são pisos e paredes, os quais são projetados para resistirem ao fogo por determinados períodos, de 30 minutos até quatro horas. A média geral requerida é duas horas de resistência ao fogo.

Porém, qualquer abertura nessas barreiras de compartimentação (piso ou parede) faz com que este tempo vá para zero hora de resistência ao fogo, pois ocorre nesses locais a propagação do incêndio. Os principais elementos que causam essas aberturas são instalações hidráulicas, elétricas, ventilação e etc. Dessa forma, a selagem tem o objetivo de devolver a classificação horária de resistência ao fogo nas aberturas de barreiras de compartimentação. Esse processo de selagem é obtido por meio de sistemas de selagem que foram ensaiados com corpos de provas fielmente representativos em fornos que controlam temperatura, pressão e tempo. Por exemplo, sistemas de selagem para tubulações de PVC não podem ser aplicados em sistemas de polipropileno. Cada sistema de selagem é único e é composto, fundamentalmente, por quatro elementos: barreira de compartimentação – tempo de resistência ao fogo requerido de 30 minutos até quatro horas, piso ou parede, concreto, drywall ou alvenaria, espessura, densidade e etc.; item(s) penetrante(s) – tubulação plástica, metálica, cabo elétrico, bandeja de cabos, duto de ventilação e etc., composição química como aço, cobre, PVC, PP (polipropileno) e etc., isolante térmico como fibra de vidro, espuma de PVC e etc., quantidade de itens penetrantes, afastamentos entre os itens penetrantes; dimensões da abertura – abertura circular ou retangular, dimensões e etc.; e produto(s) de selagem especificados.

A aplicação de qualquer selagem requer que a instalação real da edificação seja idêntica ao sistema de selagem aprovado em ensaio. Qualquer diferença entre a instalação e o sistema de selagem nesses quatro pontos, faz com que a instalação da selagem da edificação esteja em inconformidade.

Esta nova norma, NBR 16944-2, tem o objetivo de fazer a avaliação e classificação do tempo de resistência ao fogo de sistemas de selagem de itens penetrantes. Ela é específica para isso. De fato, é um grande avanço para a proteção passiva contra incêndio das edificações brasileiras, pois agora os sistemas de selagem serão ensaiados com procedimentos padronizados.


Dados do autor:

Emanuel Pastl – Engenheiro de Minas (UFRGS), Engenheiro de Segurança do Trabalho (ULBRA) e Engenheiro de Segurança contra Incêndio (UFRGS).


Confira o artigo completo na edição de agosto/outubro da Revista Emergência.

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