Paramédica brasileira fala sobre a realidade e os desafios de atuar no APH em Londres

Quando foi viver experiências em Londres, em 2003, a brasileira Priscila Currie não tinha em mente que estava indo para não mais voltar. Muito menos se deparar com uma profissão que lhe realizaria e que seguiria para a vida.

Paramédica desde 2014, Priscila trabalha para o NHS, o sistema nacional de saúde do Reino Unido, o que equivale ao SUS brasileiro. Com uma ambulância-carro ela atua na estabilização dos casos mais graves no pré-hospitalar como paradas cardiorrespiratórias, queda de altura, atropelamento, facada, tiro, enfim, tudo que pode levar a óbito de imediato ou mesmo não imediatamente. Nesta entrevista ela comenta sobre seu início como paramédica, os desafios e como é seu dia a dia no atendimento pré-hospitalar londrino.

Por Paula Barcellos/Editora e Jornalista da Revista Emergência


PERFIL | PRISCILA CURRIE

Nascida no Rio de Janeiro, Priscila tem 40 anos de idade e há 20 anos mora em Londres. Em 2003 ela foi para o Reino Unido com a intenção de passar apenas um ano, mas a vida tinha outros planos para ela. A jovem se apaixonou pelo país, foi ficando e atuando em diversas áreas até conhecer a profissão de paramédico. Formou-se como paramédica em 2014 pela St George University of London e desde então trabalha para o NHS (National Health System), que no Brasil equivale ao SUS (Sistema Único de Saúde), dirigindo uma ambulância-carro e atuando na estabilização dos casos mais extremos no pré-hospitalar antes da chegada das ambulâncias maiores para a continuidade do atendimento.


Como e por que decidiu ser paramédica?

Na verdade, eu nunca senti que trabalhar nessa área foi uma escolha para mim. Eu digo que a medicina pré-hospitalar me escolheu. Desde pequenininha eu queria trabalhar com medicina. E aí quando eu vim morar em Londres, eu vim para ficar apenas um ano, mas eu acabei me apaixonando pela cultura, pela ética e moralidade inglesa e acabei decidindo ficar. Foi aí que eu esbarrei na profissão de paramédico que não existe no Brasil. O paramédico é um autônomo emergencial, pois ele decide como vai tratar os pacientes. Ele pode ministrar vários medicamentos e fazer procedimentos avançados na arena pré-hospitalar sem necessidade de ficar ligando para o médico para permissão. Mas é uma carreira que permite que se atue em várias áreas médicas. Começou apenas com a área pré-hospitalar, mas hoje o paramédico pode trabalhar nas clínicas de médico da família, no hospital, no setor de emergência fazendo triagem, em escolas, desde que faça mais cursos e mais especializações para aquela área específica. No pré-hospitalar tem paramédico que trabalha na ambulância, na bicicleta, na moto, na ambulância-caminhão e na ambulância-carro, que é o meu caso. Eu trabalho sozinha na minha viatura e eu só atendo os casos mais extremos, pois como minha viatura é menor do que a ambulância grande eu chego nos lugares mais rápido. Então, eu chego, faço o atendimento inicial para estabilizar o paciente e aí a ambulância grande dá continuação no meu tratamento. Dependendo da gravidade do paciente eu vou com ele para o hospital ou a ambulância leva ele e eu já fico apta para atender outro paciente.


Confira a entrevista completa na edição de mai/jul/23 da Revista Emergência.

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