ENTREVISTA: POPULAÇÃO É PRIORIDADE
Entrevista ao jornalista Alexandre Gusmão
Foto: Alexandre Gusmão

Superintendente de APH do Rio alerta sobre importância da união dos serviços de emergência para a comunidade

Quando se fala em salvar vidas, questões políticas não têm espaço, segundo o superintendente de Urgência e Emergência Pré-Hospitalar (SUEPH) do Rio de Janeiro, coronel Fernando Suarez. “O que eu acho que tem que existir é todo mundo trabalhar em prol do paciente. Esta é a missão. Não importa se é militar ou se é civil, tem que ter uma pessoa dedicada para fazer o atendimento e parar com a história política”. É nisto que ele acredita ao se referir ao sistema SAMU do Rio de Janeiro, que se diferencia do resto do país, por incluir em sua composição militares, após a criação da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil, resultado da junção das Secretarias de Saúde e de Defesa Civil.

De acordo com o superintendente, muito evoluiu após esta integração, principalmente no número de chamadas, que saltaram de 1.500 para 6.000 por dia.

Ele também destaca a evolução no APH nos últimos anos com projetos como as UPA (Unidades de Pronto Atendimento), cujo desempenho também pode ser medido em números. “Nós achávamos que se colocássemos a UPA para atender pequena e média complexidade, diminuiríamos as filas e o fluxo nos hospitais e, com certeza, diminuímos. Fazendo uma análise crítica, vimos que diminuiu em 40% a ida das pessoas a alguns hospitais”, revela.

Além das UPA, o Rio de Janeiro também se preparou na área de APH para enfrentar eventos de grande magnitude, a exemplo dos jogos Pan-Americanos, em 2007. Segundo Suarez, este foi um grande ensaio na área de APH e que mostra a capacitação do setor para este e outros eventos futuros como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Sobre a situação do APH no Rio, a implantação das UPA e outros temas relativos ao sistema, Suarez conversou com Emergência.

2010 iniciou com grandes tragédias em nível nacional, a exemplo de Angra, e internacional, como o Haiti. Como o sistema de resposta do Rio de Janeiro tem atuado nas catástrofes no Brasil e Exterior?
A grande vantagem do pré-hospitalar e do serviço do Corpo de Bombeiros é que já temos mapeados os riscos. Por exemplo, o reveillon é um risco importante. Tanto é que nós estávamos na praia. Ele acabou às 6 horas da manhã e já saímos direto para Angra dos Reis por causa dos deslizamentos e com muitas dificuldades porque estamos falando de uma ilha. As pessoas foram atendidas e nós permanecemos lá quase 15 dias para resgatar as vítimas. Tivemos também, além da ilha, dentro da cidade de Angra um deslizamento importante. Portanto, este ano começou e não vimos o outro ano terminar. No meio disto, entrou o Haiti. Nós mandamos 31 bombeiros para o país. Foi uma grande experiência também. Chegamos às 8 horas da manhã e às 16 horas estávamos retirando uma enfermeira com vida dos escombros. Inclusive outras medidas estão sendo tomadas para este auxílio, apoiadas pelo Governo do Rio de Janeiro, como a viabilização de construção de uma UPA, Unidade de Pronto Atendimento diferenciada. Não é uma UPA nos moldes tradicionais. É um contêiner diferenciado, um modelo novo, com sala de esterilização, alojamentos, centro cirúrgico e, inclusive, oxigênio. É importante que se saiba que no Haiti não tem nada. Então, tudo isto tem que ser levado para minimizar o sofrimento. Usina de oxigênio é um exemplo disto porque lá eles usam oxigênio industrial.

Confira a entrevista na íntegra na Edição 20 (Abril/Maio) da Revista Emergência.

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