Crédito: Carlos Alberto de Camargo Júnior

Aplicação da metodologia BREC exige conhecimento de tecnologias, integração entre as equipes e atualização das técnicas

Por Paula Barcellos/Editora e Jornalista da Revista Emergência

O terremoto na Turquia e na Síria no início desse ano mais uma vez provou a importância do uso das técnicas de BREC (Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas) para a segurança das equipes de emergência e para o salvamento de vidas. A ferramenta BREC é uma atividade de busca e resgate desenvolvida em locais criados para o uso do ser humano que, devido a um fenômeno natural ou provocado pelo homem, sofre danos em seus componentes estruturais produzindo sua destruição parcial ou total. Tendo em vista a sua configuração e a distribuição estruturais, espaços vitais isolados podem ser criados, podendo permitir a sobrevivência de pessoas presas em seus escombros. São nessas situações de colapsos estruturais em que as vítimas se encontram que são aplicadas as técnicas BREC para o seu resgate. “Assim sendo, as técnicas de BREC são utilizadas, de forma primeira, para o devido e eficiente atendimento em situações de colapso/desabamento de edificações”, diz o major Heitor Mendonça do BEMAD (Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres), do CBMMG (Corpo de Bombeiros Militares do Estado de Minas Gerais).

Apesar da importância e do protagonismo em resgates recentes, a técnica já tem alguns anos. Segundo Gabriel Jaime Bedoya Aguirre, chefe da Seção de Planejamento da Equipe USAR (Busca e Resgate Urbano) “COL 26”, do Corpo de Bombeiros Voluntários de Envigado/Colômbia, as técnicas começaram a ser desenhadas em decorrência das dificuldades que surgiram nos resgates devido a vários terremotos ocorridos no ­continente americano, como o do México em 1985, no qual as mortes foram incalculáveis. “Embora alguns números fossem estimados, aparentemente as mortes foram muito maiores porque não estávamos preparados para realizar o resgate das vítimas. Da mesma forma, muitos dos resgatados não permaneceram vivos por muito tempo porque o resgate foi realizado sem levar em conta as medidas médicas para as condições de saúde geradas, especialmente devido ao prolongado aprisionamento e esmagamento de seus corpos. Posteriormente, ocorreram outros terremotos onde se evidenciou um comportamento semelhante das autoridades e agências de socorro, bem como a morte de pessoas. Diante dessa evidência, alguns organismos internacionais como USAID (Agência para Desenvolvimento Internacional)/OFDA (Oficina de Atenção para Catástrofes)/LAC (Latino América e Caribe) – hoje USAID/BHA (Bureau de Assistência Humanitária) – assumiram a tarefa de elaborar treinamentos para que os órgãos responsáveis e socorristas adquirissem técnicas, habilidades, ferramentas e equipamentos adequados para melhorar as condições dos resgates, garantindo, assim, um maior número de vítimas resgatadas, preservando suas vidas e também gerando melhores condições de segurança para os socorristas. Essas investigações e desenho de treinamento começaram a dar frutos no final de 1998, quando a USAID/BHA criou o curso denominado BREC – Busca e Salvamento em Estruturas Colapsadas, com o qual, desde o início de 1999, começou a treinar socorristas como o Corpo de Bombeiros, a Cruz Vermelha, a Proteção Civil e outros na América Latina”, explica Bedoya.


Confira a reportagem completa na edição de mai/jul/23 da Revista Emergência.

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