Data: 22/10/2012 / Fonte: Secretaria do Estado da Saúde de Minas Gerais

Nesta segunda-feira (22), a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), em parceria com a Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo (SECOPA) e a Associação dos Hospitais Públicos de Paris, deram início ao curso de preparação para os socorristas do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), cujo objetivo é promover a troca de experiências em relação aos atendimentos em caráter de urgência e emergência, em situações abruptas que envolvam múltiplas vítimas.

Segundo o Secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, foi estabelecida uma parceria com o Governo Nacional de Paris, especialmente com o SAMU da França, para que uma equipe técnica pudesse instruir e capacitar membros do SAMU de Minas. O objetivo é possibilitar a troca de experiências, informações e atendimentos em caráter de urgência e emergência em situações abruptas que envolvam múltiplas vítimas.

“A França é uma referência mundial em atendimento emergencial, por ter sediado grandes eventos e enfrentado situações trágicas que envolvessem um extenso contingente populacional. Assim, na busca pelo estado da arte na área da urgência e emergência, a expertise dos franceses, talvez inaugural, será aplicada de modo a promover uma troca tecnológica em termos de organização hospitalar, atendimento emergencial humanizado e qualificado e a própria otimização do conjunto de ações e respostas para o atendimento ao cidadão”, pontuou o Secretário.

De acordo com o Assessor do Núcleo de Planejamento da Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (SECOPA MG), “a Copa é um megaevento. Em 30 dias vamos receber quatro vezes mais turistas estrangeiros do que costumamos receber em um ano. E para deixarmos uma boa impressão a todos eles, além de um estádio moderno, mobilidade urbana eficiente, temos que estar preparados, se houver necessidade, para o atendimento médico 100% a esse público. Os franceses vivenciaram a Copa da França, também auxiliaram em diversos outros eventos de grande porte, por isso hoje eles são a maior referência mundial em atendimentos de múltiplas vítimas”, enfatizou.

Legado

De forma pioneira, Minas recebe o treinamento de profissionais de saúde para atuação em situações de catástrofe, tendo em vista a troca de experiências. Passa, assim, a assimilar de forma célere o conjunto normativo de ações já adotado em outro país. “Estamos visando a Copa do Mundo, mas pensando de forma definitiva no legado que ficará. Há uma total sintonia das novas readequações com o que já realizamos há algum tempo nas redes de urgência e emergência. Atualmente as redes Macro Sul, Centro-Sul, Norte e Vale do Jequitinhonha desempenham um excelente trabalho no atendimento emergencial, com constantes melhorias e readequações”, concluiu o Secretário Antônio Jorge.

“Esperamos que o treinamento possa extinguir, em casos de tragédias, evacuações selvagens e a ineficácia do atendimento hospitalar e ambulatorial. Minas já possui um sistema de redes de urgência e emergência integrados ao Estado, o que facilita e humaniza a assistência à saúde. A união do SAMU e do Hospital também será essencial para reduzir o tempo em que a vítima sofreu o acidente e o próprio atendimento”, declarou o Coordenador da SES para o Projeto da Copa do Mundo Welfoni Cordeiro Júnior.

Capacitação

Entre os dias 22 e 27 de outubro, mais de 100 profissionais de saúde recebem a capacitação, ministrada por membros do SAMU Francês, como o renomado médico do Hospital Necker, Daniel Janniere. O treinamento, dividido em dois módulos, terá continuidade no início de dezembro, com a segunda parte prevista para o primeiro trimestre de 2013.

Na primeira aula, foram apresentadas noções de adequações entre as necessidades sanitárias de uma população e os meios disponíveis acoplados às ocorrências de eventos excepcionais. Os planos adotados pelo sistema de saúde pública Francês, como o Plano Branco e o Vermelho, foram discutidos e detalhados, assim como o engajamento dos recursos pré-hospitalares, a criação do Posto Médico Avançado, o controle de evacuações em caso de catástrofes, a própria melhoria do SAMU e o estabelecimento de uma central de regulação móvel para os serviços de urgência.

Segundo o médico, Daniel Janniere, o plano branco consiste em reorganizar tecnicamente a área da saúde, com o intuito de otimizar e atender uma quantidade considerável de vítimas. Já o plano vermelho envolve esferas como o corpo de bombeiros, a polícia civil, membros da defesa e hospitais, de modo que ocorra uma sinergia constante entre essas instâncias.

“Não basta que o profissional de urgência seja bem treinado, ele deve ser bem organizado também. Quando se fala em catástrofe, cada região possui uma reflexão própria. Logo, faz-se necessário que seja elaborado um plano, no qual ocorra uma comunicação eficaz entre as esferas envolvidas e um roteiro a ser seguido, evitando assim a superlotação dos hospitais e a ineficácia do atendimento”, detalhou o médico que já atuou em situações críticas de ataques terroristas e eventos mundiais.

Foto: Henrique Chendes

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