Proposta do Deputado Subtenente Gonzaga (PDT MG) que visava alterar a nomenclatura de Bombeiro Profissional Civil para Brigadista Profissional foi debatida na Câmara Federal no dia 22 de novembro deste 2021.
O argumento básico era que “bombeiro”, assim como “polícia” é nomenclatura de função do Estado, não cabendo o uso de tal substantivo a particulares.
Tendo trabalhado por quase 15 anos junto a bombeiros profissionais civis, e tendo conhecido muitos bombeiros voluntários, causou-me grande estranheza que estes ou aqueles quisessem se apropriar de um termo de nossa língua. E ainda dar uma denominação a esses profissionais segundo seu restrito entendimento.
Primeiro, porque a língua é algo vivo, em constante mutação. Segundo, porque há diversos termos que são usados tanto por organizações de Estado como por particulares, sem problema algum. Vejamos:
Exército da Salvação, não se confunde com o Exercito Nacional, mesmo sendo ambos “Exército”. Marinha Mercante nada tem a ver com a Marinha de Guerra, mesmo sendo ambos “Marinha”. Ambas as organizações possuem seus soldados e marinheiros.
Bombeiro pode ser para atendimento público, e nesse caso voluntário ou profissional civil ou profissional militar; privado, e nesse caso profissional civil ou voluntário. Pode ser militar de atendimento à cidade ou a áreas restritas como navios e aeródromos. E por aí vai, com divisões ou classificações a serem criadas ou alteradas, para fins didáticos, e que nada acrescentam à segurança contra incêndio em geral.
Com tantos problemas a serem discutidos seria o caso de perguntarmos:- o que projetos desse tipo acrescentam ou melhoram a segurança contra incêndio?
O blog Falando de SCI (Segurança Contra Incêndios) trata dos incêndios e seus impactos na sociedade e de fundamentos e aspectos da regulamentação de segurança contra incêndio em geral. Seu autor é Walter Negrisolo, oficial da RR (reserva remunerada) do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo; Mestre em Arquitetura e Urbanismo e Doutor em SCI.
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