quinta-feira, 02 de maio de 2024

Desmaios em Adultos e Crianças: o que fazer

Os desmaios são episódios repentinos e temporários de perda de consciência que podem ocorrer em adultos e crianças, sendo responsáveis por uma porcentagem considerável de atendimentos diários nos hospitais. Essa condição pode ser preocupante tanto para os indivíduos que desmaiam quanto para as pessoas ao seu redor. Neste texto, discutiremos as causas comuns de desmaios em adultos e crianças, os sintomas associados e o que fazer nessas situações.

Os desmaios, também conhecidos como síncope, são frequentemente causados por uma diminuição temporária do fluxo sanguíneo para o cérebro. Em adultos, as causas mais comuns incluem hipotensão postural (pressão arterial baixa ao levantar-se rapidamente), hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue), arritmias cardíacas, estresse emocional, ansiedade, desidratação e efeitos colaterais de certos medicamentos. Em crianças, os desmaios geralmente são resultado de uma resposta reflexa do corpo a situações estressantes, como dor intensa, medo, emoções fortes, ansiedade ou até mesmo ficar de pé ou sem comer por longos períodos. A exposição demasiada ao sol, sofrer fortes emoções, estar em locais apertados e com pouco ar, cefaleia (dor de cabeça) e problemas no fluxo sanguíneo para o cérebro, também podem provocar os desmaios. Tais problemas levam o indivíduo a hipóxia cerebral (baixa de oxigênio que é carreado pela circulação cerebral), assim, gerando o desmaio.

Os sintomas que precedem um desmaio podem variar, mas geralmente incluem tontura, visão turva, fraqueza, náuseas, sudorese excessiva e palidez. Nesses casos, quando possível, é importante sentar ou deitar, a fim de evitar traumatismos provocados pela queda. É importante observar que, em alguns casos, o desmaio pode ser acompanhado de convulsões breves. Quando um desmaio ocorre, é crucial garantir a segurança do indivíduo, colocando-o em uma posição deitada de lado para prevenir lesões e facilitar a respiração, além de afastar qualquer objeto que possa machucá-lo, sempre protegendo sua cabeça para não gerar lesões subsequentes.

O tratamento dos desmaios depende da causa subjacente. Em casos de hipotensão postural, é recomendado mover-se lentamente ao se levantar e manter-se bem hidratado. Se a hipoglicemia for a causa, consumir alimentos ou bebidas com açúcar pode ajudar a restaurar os níveis de glicose no sangue. No entanto, é fundamental buscar atendimento médico para avaliar a causa e determinar o tratamento adequado.

Em alguns casos mais graves, como arritmias cardíacas, um cardiologista pode ser necessário para avaliar a saúde do coração e prescrever medicamentos ou procedimentos específicos. Em situações de estresse emocional ou ansiedade, técnicas de relaxamento, terapia cognitivo-comportamental ou medicação podem ser recomendadas.

No caso de crianças que desmaiam, é importante investigar se existem causas subjacentes, como problemas cardíacos congênitos ou epilepsia. Um pediatra poderá avaliar a criança, realizar exames clínicos e, se necessário, solicitar exames adicionais para um diagnóstico preciso.

Além disso, a prevenção de desmaios em adultos e crianças é fundamental. Isso pode ser alcançado por meio de algumas medidas simples, como manter uma dieta equilibrada, evitar longos períodos em pé, evitar situações estressantes, praticar técnicas de relaxamento, manter-se hidratado e, no caso de indivíduos propensos a desmaios, usar meias de compressão ou um cinto abdominal elástico para ajudar a manter o fluxo sanguíneo adequado.

O que você pode fazer se presenciar um desmaio?

Checar se a pessoa está respirando é a primeira providência a ser tomada; em seguida, verifique o batimento cardíaco. Enquanto inicia esses procedimentos, peça a alguém para solicitar o resgate de urgência. Caso a vítima apresente um quadro de vômito, coloque-a deitada em posição lateral de segurança, o que diminuirá a chance de broncoaspiração.  

Posicione a vítima em um lugar confortável retirando objetos com os quais ela possa se machucar, como pulseiras, relógios, óculos e afrouxe as suas roupas para facilitar a respiração.  Se for possível e não prejudicar o estado da vítima, coloque-a deitada de costas, faça a elevação do seu queixo para facilitar a passagem de ar e eleve suas pernas, cuidadosamente, pois isso pode ajudar a pressão voltar ao normal, caso ela esteja baixa. Se o estado de perda de consciência passar, deixe a vítima descansar enquanto aguarda o atendimento médico. Lembrando que não se deve tentar acordar a vítima com água ou tapas no rosto.

Mantenha a atenção sobre o indivíduo até a chegada do socorro médico, afastando-o de perigos existentes no local, garantindo um ambiente seguro e, quando a assistência especializada chegar, informe todas as ocorrências presenciadas e as atitudes tomadas para a manutenção da sobrevida deste adulto ou criança acometidos por este mal. Seguir os protocolos de prevenção é sempre importante para a manutenção de uma vida saudável. Proteja-se.

Nota: Este texto contou com a colaboração técnica de Pérola de Assis, Enfermeira, Especialista em Emergência e Mestre em Defesa e Segurança Civil pela Universidade Federal Fluminense.

O blog Proteja-se trata de segurança humana de uma forma geral, pois nenhum sistema de proteção civil do mundo consegue garantir a total segurança do indivíduo sem que o mesmo adote procedimentos de autoproteção. O blog quer ajudar a desenvolver no Brasil a cultura da autoproteção. O autor do blog é Airton Bodstein, Doutor em Química Ambiental pela Université de Rennes I, França e Pós-doutorado na Oregon State University, EUA. Fundador do Mestrado em Defesa e Segurança Civil e Professor Titular da Universidade Federal Fluminense. 
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