Crédito: Ana Claudia Furquim Gottardi Carchedi

Ex-comandante do CBPMESP ingressou na corporação nos anos 70, e fez parte das equipes que atuaram nas transformações ocorridas no serviço ao longo de décadas

Quem é da área de emergência já deve ter ouvido falar do coronel Carchedi. Oriundo da Polícia Militar de São Paulo, Luiz Roberto Carchedi entrou no CBPMESP (Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo) em 1977, no 1º°GBS (Grupamento de Busca e Salvamento) e desde então fez história.

Junto com outros pioneiros, fez parte da construção do Projeto Resgate no estado e participou de intercâmbios e de diversos cursos em outros países na área de emergência que trouxeram novidades sobre um novo modo de atender ocorrências em solo brasileiro. Participou, ainda, da Comissão de Estudos da ABNT que elaborou a NBR (Norma Brasileira) de espaços confinados. Assumir o comando-geral dos Bombeiros no estado de SP, nos anos 90, esteve entre as últimas conquistas na corporação.

Após a saída do CBPMESP, em 2000, ele ministrou treinamentos em emergência e espaço confinado a várias empresas pelo país. Em 2012, depois de uma cirurgia delicada de saúde, resolveu desacelerar um pouco e permanecer trabalhando como engenheiro civil, profissão em que é formado. Confira a seguir mais desta trajetória.

Por Paula Barcellos/Editora e Jornalista da Revista Emergência


PERFIL | LUIZ ROBERTO CARCHEDI

Ingressou na Polícia Militar do Estado de São Paulo em 1967, servindo no primeiro Batalhão Tobias de Aguiar (ROTA) até 1975. Em 1976, frequentou o Curso de Bombeiro para Oficiais e foi transferido para o CBPMESP em 1977, onde serviu até o ano 2000, passando por todos os postos e atingindo o cargo de comandante-geral em 1998. Em sua trajetória, o coronel participou de momentos importantes e marcantes no cenário de emergência como: membro do grupo de trabalho que implantou o Projeto Resgate em SP; membro da Comissão de Estudos da ABNT que elaborou a norma brasileira de espaços confinados; e participante de intercâmbios nos Estados Unidos e de diversos cursos em outros países na área de emergência. Ao ingressar na reserva do CBPMESP, Carchedi se manteve na área ministrando treinamentos de atendimento de emergência e resgate em espaço confinado. Hoje, é engenheiro civil na região de Sorocaba/SP.


COMO E POR QUE O SENHOR RESOLVEU SER BOMBEIRO?

A decisão foi tomada quando eu já estava na ativa. Eu era tenente e trabalhava no policiamento de ROTA na Polícia Militar do Estado de São Paulo. Quando se ingressa na Academia do Barro Branco, que forma oficiais para as diversas vertentes da Polícia Militar, no final do curso, de acordo com suas notas, você pode escolher a unidade para trabalhar, mas de acordo com a política de emprego de efetivo do alto comando, na época, a minha turma, de 1971, não teve a unidade Bombeiro disponível para escolha. Mas, em 1976, resolvi prestar o concurso para frequentar o Curso de Bombeiros para Oficiais, que te habilita a servir naquela unidade e, assim, comecei minha carreira no Corpo de Bombeiros.

O SENHOR INGRESSOU NA CORPORAÇÃO AINDA NOS ANOS 70. QUAL ERA A REALIDADE E OS DESAFIOS DO CORPO DE BOMBEIROS NA ÉPOCA?

Ingressei na Polícia Militar em março de 1967 e a percepção da realidade e desafios do Corpo de Bombeiros era praticamente desconhecida, pelo menos para mim. Tínhamos uma noção muito vaga de que havia deficiências em material e, principalmente, em conhecimentos técnicos. Quando eu me formei no curso de habilitação ao CB, em 1976, já em 1977 fui classificado para servir no antigo 1º GBS, e isso fez toda a diferença na minha carreira. Primeiro, porque tive o privilégio de servir sob o comando do então Helio Barbosa Caldas, herói do Andraus e do Joelma, e com quem muito aprendi o que significava, na essência, ser bombeiro. Em segundo lugar, porque o GBS, também ia para incêndios, mas sua função básica era atender toda e qualquer ocorrência que demandava ações de bombeiros, embora não houvesse fogo. A gama de ocorrências era enorme, como: vítimas e animais em poço; enchentes; tentativas de suicídio; e, claro, o carro chefe das emergências: pessoas presas em ferragens em acidente automobilístico. Caldas revolucionava o serviço de salvamento capacitando suas equipes com inúmeros cursos e, ao mesmo tempo, incentivava a criatividade na adaptação de ferramentas comuns nas atividades de resgate, como, por exemplo, o carro de salvamento que era equipado com mais de uma centena de itens para atender as mais variadas missões. No GBS trabalhava também o tenente Roberto Lemes da Silva, que era o instrutor de Primeiros Socorros, e que também exerceu grande influência na minha formação. Graças a ele a unidade adquiriu três conjuntos completos de manequins de treinamento de reanimação cardiopulmonar. Acredito que o GBS foi o primeiro órgão brasileiro a adquirir os manequins, a ponto de sermos convidados a ministrar treinamentos até em faculdades de medicina.


Confira a entrevista completa na edição de fev/abr/2024 da Revista Emergência.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!