Crédito: Daiane Cortes/Ascom Ibama

Primeira norma brasileira de incêndio florestal e ações de manejo do fogo são destaques entre os profissionais para a prevenção e controle dos sinistros que crescem a cada ano no país

Por Paula Barcellos/Editora e Jornalista da Revista Emergência

No início deste mês, o Chile enfrentou um dos piores incêndios florestais da sua história. As regiões de Viña del Mar e Valparaíso foram as áreas mais atingidas. Até o fechamento desta edição passava de 130 o número de mortos. O tempo seco, característico do país, o forte calor e rajadas de vento contribuíram para os incêndios.

Frequentemente, vemos que os incêndios florestais não têm dado trégua no mundo. E nem no Brasil. Nos últimos anos, tem-se observado um incremento gradual das ocorrências relacionadas aos incêndios florestais em todo o território nacional. Segundo as estatísticas oficiais publicadas pelo site BDQueimadas, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), considerando os últimos dez anos (2013 a 2023) percebe-se que houve ascendência na curva de crescimento dos focos de calor, principalmente nos biomas Caatinga, Pantanal, Amazônia e Cerrado (ver Gráficos).

Também baseado nas informações do INPE, João Godoi, Bombeiro Civil e pós-graduando em Prevenção e Combate a Incêndios Florestais detalha o cenário ameaçador do incêndio florestal, levando em consideração os diversos biomas brasileiros. “O Brasil é um país de dimensões continentais, imensas áreas florestais, campestres e agrossilvipastoris, com diversos biomas e diferentes fitofisionomias, todos eles ameaçados. O Cerrado é o bioma mais ameaçado no Brasil em função de suas características mais suscetíveis ao fogo e ações antrópicas devido à expansão urbana, uso indiscriminado do fogo, soltura e captura de balões, cultos religiosos, entre outras que causam incêndios” explica. Ele diz que, conforme dados do Instituto, em 2023, no mês de agosto, o Cerrado foi o segundo bioma com mais focos de incêndios, com cerca de 36%, ou mais de 23 mil focos, mais de 15 mil focos em todo o Nordeste. Já, a Amazônia, que sofre há décadas com o desmatamento, expansão agrária e utilização do fogo para uso e ocupação do solo, infelizmente, liderou em números de focos de incêndios em 2023.

Em termos de bioma, não se pode deixar de falar também das ameaças sobre o Pantanal. “No cenário atual, um exemplo alarmante pode ser extraído dos dados da Plataforma ALARMES, do Grupo de Pesquisa do Laboratório Ambiental de Satélites Ambientais da UFRJ, para o bioma Pantanal. Em 2020, a extensão da área queimada nesse bioma foi de 3.772.925 hectares, em comparação com 1.598.375 hectares em 2019. De 2020 até 2023, o bioma enfrentou um total de 7.766.250 hectares queimados, marcando um dos piores episódios de incêndios em décadas”, exemplifica Raquel de Oliveira Santos Silva, engenheira Florestal, Doutora em Ciências Ambientais e Florestais, pós-doutoranda no LASA (Laboratório Ambiental de Satélites Ambientais) da UFRJ e coordenadora do subgrupo de incêndios florestais do CB 24 (Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio), da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).


Confira a reportagem completa na edição de fev/abr/2024 da Revista Emergência.

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